Segundo apuração da TV Globo, o ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo afirmou em seu depoimento nesta segunda-feira (11) que o presidente Jair Bolosonaro disse a ele que queria ter, no comando da Polícia Federal, alguém com quem tivesse “mais afinidade”.
Valeixo é ouvido pelos investigadores que atuam no inquérito que apura suposta interferência política de Bolsonaro na PF.
O depoimento de Valeixo foi motivado pelo inquérito aberto pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República.
Essa suposta interferência do presidente na PF foi a razão apontada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro no pronunciamento em que anunciou sua o governo, em 24 de abril.
Moro, que deixou a pasta após Bolsonaro exonerar Valeiro, alegou que não via motivo razoável para a troca no comando da PF e que foi pressionado por Bolsonaro a fazer mudanças na cúpula da corporação.
O inquérito apura se as acusações de Moro são verdadeiras. Se não forem, o ex-ministro poderá responder na Justiça por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.
Valeixo também foi citado por Moro em depoimento à PF no dia 2 de maio.
No lugar de Valeixo, e contrariando o então ministro Moro, Bolsonaro indicou para o comando da PF Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro. A nomeação de Ramagem, entretanto, foi barrada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Também nesta segunda, Ramagem foi à sede da corporação em Brasília para prestar depoimento.
Para esta terça-feira (12), estão previstos os depoimentos dos ministros Augusto Heleno (Segurança Institucional), Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
