Uma mulher trans juazeirense foi vítima de transfobia há algumas semanas, após efetuar compras em uma loja virtual. De acordo com a vítima, que atua como digital influencer nas redes sociais, um dos administradores do estabelecimento a identificou como “traveco” em contato salvo no celular.
Gabriela Rodrigues, também chamada de Gaby, conta que no último dia 12 de julho conversava via WhatsApp com um dos donos de uma loja online no Instagram. Na oportunidade, foi encaminhado um “print” da conversa pelo celular do empresário para a vítima, onde esta viu que estava identificada no aparelho dele como “Gabi Traveco”.
Bastante impactada com o tratamento, a vítima exigiu que o indivíduo se retratasse e mudasse o nome dela para seu nome feminino, pois o substantivo “traveco” claramente foi identificado como uma forma pejorativa e preconceituosa quanto a sua identificação de gênero. O homem, no entanto, não quis se retratar desta forma e, segundo Gaby, preferiu apagar o contato dela. Após um pedido rápido de desculpas, este apagou o contato da vítima e bloqueou tanto a ela, como seus familiares em todas as redes sociais.
“Não é a primeira que acontece, já aconteceu em outras lojas, mas eu sempre fiquei reclusa e fiquei com muito medo de represálias que podem vir. A gente nunca sabe quem é quem, ou as pessoas que podem fazer a algum mal. Algumas pessoas que estiveram ao meu lado me apoiaram e ajudaram a poder agora expor o caso”, contou Gaby.
Marina, prima da vítima, é quem está acompanhando o caso junto dela e também a ajudou expondo o caso nas redes sociais. O caso vem tomando grandes proporções desde a manhã desta sexta-feira (24) e mesmo emocionada, Gaby tomou coragem de falar sobre o caso com ajuda da prima, que detalhou a situação para os seguidores e demais pessoas na internet.
“Gaby preferiu pedir, antes de expor o caso, que os donos dessa loja se retratassem. Como não houve essa retratação e nem diálogo, ela tomou esse posicionamento”, disse Marina.
Ela informou ao Badalo que um dos donos da loja tem grau de parentesco com um primo da família de Gaby, o que ocasionou o contato mais próximo com este estabelecimento. Segundo Marina, após a repercussão do caso nas redes sociais não houve nenhum tipo de retratação por parte deles, mas apenas um contato em que uma tia da dona da loja teve com a vítima, que já haviam tido proximidade em âmbito profissional.
“Esta mulher teria usado do diálogo para tentar esclarecer o caso Gaby, mas numa forma de tentar silencia-la. Não houve um pedido de desculpas, houve um diálogo como forma de silenciamento, para que não falassem sobre o caso. Não postaram stories, não divulgaram nota de esclarecimento. Nada foi feito por parte deles.”, completa.
Marina diz também que a vergonha e medo de como repercutiria o caso fez com que Gaby tomasse coragem de tornar o caso público, com ajuda da família e amigos. Com a grande repercussão nas redes sociais, a loja desativou comentários e limitou acesso de novos usuários, tornando os perfis privados.
Fonte> badalo.com.br









