Neste sábado (9), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes homologou o acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após acordo de colaboração fechado com a Polícia Federal.
O ministro também concedeu liberdade provisória a Cid, que está preso desde 3 de maio e terá que cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, a limitação de sair de casa aos fins de semana e à noite e o afastamento das funções no Exército. As informações são do blog de Gerson Camarotti, no G1
Outras determinações do ministro para conceder a liberdade provisória são:
- Cancelamento dos passaportes de Mauro Cid
- Suspensão imediata de documentos de porte de arma de fogo
- Proibição de uso de redes sociais
- Proibição de comunicar-se com os demais investigados, com exceção da esposa, da filha e do pai
A delação diz respeito ao inquérito das milícias digitais e a todas as investigações conexas, incluindo o caso da suposta venda de joias recebidas pelo governo Bolsonaro. Segundo informações do STF, o inquérito das milícias digitais foi instaurado a partir de indícios e provas da existência de uma organização criminosa, com forte atuação digital com a finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito no Brasil.
Investigado em vários casos, o ex-ajudante de ordem de Jair Bolsonaro foi preso ao ser alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.
No dia 28 de agosto, Cid passou mais de 10 horas depondo na sede da PF, em Brasília, sobre a investigação que apura a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Neto, para colocar sob suspeita o sistema judiciário brasileiro.
QUEM É MAURO CID
O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, de 44 anos, tem mais de duas décadas no Exército. Ele ocupou o cargo de ajudante de ordens de Jair Bolsonaro nos quatro anos de mandato do ex-presidente e recebia R$ 1,7 mil pela função, além do salário militar de R$ 26 mil.
Mauro Cid era responsável por ajudar em lives, filmar o “cercadinho” localizado na saída do Palácio do Alvorada, onde Bolsonaro falava com apoiadores, e também resolvia pagamento de demandas particulares da família do ex-presidente.
- Fonte> Diário Do Nordeste