Após a preocupação com o aparecimento de insetos aparentemente parecidos com o besouro barbeiro, que transmite a Doença de Chagas, moradores do Bairro São José, em Juazeiro do Norte, procuraram ajuda profissional para explicar sobre a possível infestação no local.
Em entrevista ao Portal Badalo, o biólogo Léo Azevedo, mestrando da Universidade Regional do Cariri (URCA) e integrante do grupo pesquisa em Parasitologia de Animais Silvestres da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, explica que foi ao bairro coletar amostras para estudo, confirmando que o inseto não é o barbeiro.
“Diversas pessoas me procuraram pois estavam preocupadas por causa do aparecimento repentino de vários possíveis barbeiros. Nós fomos até o bairro [São José] e coletamos os espécimes, e já confirmamos que não é barbeiro”, diz o pesquisador, completando que a preocupação em explicar sobre a espécie do inseto veio principalmente após a veiculação, na mídia local, sobre a possível infestação. “Vi uma preocupação maior e resolvi tentar explicar”, diz ele.
O trabalho de pesquisa foi realizado em parceria com o Laboratório de Entomologia e Acarologia da Universidade Regional do Cariri (LEA URCA). Após a coleta e estudo da espécime, foi comprovado que, o que se pensava ser o barbeiro, é apenas um percevejo que se alimenta majoritariamente de plantas, e não de sangue.
“O que eles pensam ser um barbeiro, na verdade é um percevejo do gênero Spartocera sp., sendo considerado praga agrícola. Eles não transmitem doenças para nós e não se alimentam de sangue”, explica. A espécie encontrada come plantas como a do tomate, berinjela, batata e tabaco, segundo explica o pesquisador.
De acordo com o LAE URCA, provavelmente os insetos estejam sendo atraídos pelas luzes residenciais, porém, para comprovar a suposição seriam necessários estudos mais aprofundados.
“Os moradores podem ficar tranquilos, pois esses insetos são inofensivos. Alimentam-se de plantas e não apresentam casos com transmissão de doenças, ou qualquer preocupação para a saúde pública”, afirma Léo Azevedo.
Fonte> Badalo.com.br