Estudantes de todo o país voltaram às ruas nesta quinta-feira em protesto contra o bloqueio de verbas no Ministério da Educação levando faixas contra as restrições orçamentárias na pasta e com críticas a medidas adotadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Algumas cidades, como Brasília, já realizaram os atos convocados pela União Nacional dos Estudantes (UNE), mas que contam com a participação também de sindicatos, partidos de esquerda e movimentos sociais.
No último dia 15, quando protestos tomaram as ruas do país contra o que o governo chama de contingenciamento na educação, mas os participantes classificavam de cortes, Bolsonaro chamou os manifestantes de “imbecis” e “idiotas úteis”. O presidente ainda não se pronunciou sobre os protestos desta quinta.
Já o ministro da Educação, Abraham Weintraub, divulgou um vídeo em sua conta no Twitter em que afirma respeitar os protestos, ao mesmo tempo que afirma que o ministério recebeu denúncias de que professores estavam coagindo alunos a participarem dos atos.
“Este governo acredita que as manifestações democráticas e pacíficas são um direito de todos os brasileiros, contra, a favor”, disse o ministro.
“O que não pode acontecer é coação de pessoas, que em um ambiente escolar público, criem algum constrangimento aos alunos a participarem dos eventos. Nós estamos aqui recebendo no MEC cartas e mensagens de muitos pais de alunos citando explicitamente que alguns professores, funcionários públicos, estão coagindo os alunos ou falando que eles serão punidos de alguma forma caso eles não participem das manifestações. Isso é ilegal, isso não pode acontecer”, afirmou.
Weintraub pediu ainda que alunos que estejam sendo vítimas desta suposta coação encaminhem as provas ao ministério para que sejam tomadas “as devidas medidas legais”.
Além de Brasília, capitais como Salvador, São Luís e Teresina realizavam atos contra o bloqueio de verbas na educação. Em outras grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife, os atos estavam marcados mais para o final da tarde.
Na capital paulista, a maior concentração dos manifestantes deve acontecer a partir das 17h no Largo da Batata, zona oeste da cidade, e não na Avenida Paulista, que abrigou atos contra o bloqueio na educação, em 15 de maio, e a favor do governo Bolsonaro no último domingo.
De acordo com o site de notícias G1, até às 13h, os protestos desta quinta aconteciam em 55 cidades de 18 Estados do país e no Distrito Federal. Ainda de acordo com o portal, no domingo, no mesmo horário, os atos pró-Bolsonaro ocupavam 52 cidades em 12 Estados e o DF.
Já no dia 15, primeira manifestação contra as restrições orçamentárias na educação, os protestos atingiam 146 cidades em 26 Estados e no Distrito Federal.