Um homem de 45 anos foi solto, nesta quarta-feira (11), quatro meses após ser preso por engano, em Juazeiro do Norte, no Cariri do Ceará. Reginaldo Pereira da Silva chegava em casa, no dia 8 de agosto de 2024, quando foi preso por policiais civis, no bairro Antônio Vieira — um dia antes do aniversário dele.
Ele teria sido confundido com um outro homem que possui o mesmo nome e que está foragido por ter estuprado a própria sobrinha em Sobral, na região norte do Ceará. O g1 procurou a Secretaria de Segurança Pública sobre o caso, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. O Tribunal de Justiça disse que o processo está em segredo de Justiça e não pode passar mais detalhes sobre o caso.
Ansiosos, familiares foram até a Cadeia Pública de Juazeiro do Norte aguardar a saída do operador de máquinas e aos gritos de “inocente”, ele foi recepcionado por todos. “Estava com muita ansiedade e nervosa, já para entrar em depressão. Mas graças a Deus, deu tudo certo, foi provada a inocência dele”, declarou a esposa Maria Marilúcia Campos.
De acordo com um dos advogados de defesa, houve falhas no reconhecimento de Reginaldo Pereira como o suspeito do crime. “O juiz designou uma audiência específica para que a vítima visse por meio de videoconferência o Reginaldo que estava na cadeia pública, mas a imagem era de péssima qualidade, um ambiente escuro, inclusive com grades, não tinha como identificar que ali era o real autor. A vítima viu numa qualidade horrível”, explicou o advogado Rômullo Sthefânio.
Para Reginaldo, foram quatro meses angustiantes. “Foi horrível, angustiante, com medo do que poderia acontecer com a minha vida, por um crime que eu nunca cometi, numa cidade que eu nunca fui. Eu fiquei em choque”, lamentou o operador de máquinas.
Para os advogados, a identificação de parentes da vítima de estupro foi essencial para provar a inocência do operador de máquinas. “O que foi preponderante para chegarmos à liberdade do Reginaldo foi conseguirmos identificar familiares do real autor do crime”, explicou o advogado Roberto Duarte.
Na audiência virtual, uma testemunha acabou dizendo para o magistrado que a pessoa que ele via na tela do computador, não era o autor do crime. A partir dessa testemunha, conseguimos chegar ao nome do pai da vítima e à vítima”, ressaltou o advogado.
Agora em casa, o operador de máquinas desejou reparação do caso dele e retormar a vida com a família. “Eu gostaria que as autoridades investigassem mais. Peço justiça. Só por causa de um nome eu fui preso, sem averiguar CPF e RG. Meus planos é retomar a minha vida com minha família, de estar bem psicologicamente e estruturalmente com a minha família”, complementou.
- Fonte> G1 CE