O Ceará está entre os estados mais impactados pelo tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Segundo dados da Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, pelo menos 25 municípios cearenses estão na lista das 742 cidades brasileiras afetadas pela medida.
Entre os municípios prejudicados estão Itapipoca, Acaraú, Fortaleza, Eusébio, Camocim, Maracanaú, Ubajara, Aquiraz, Banabuiú, Caucaia, Juazeiro do Norte, Crato, Russas, São Gonçalo do Amarante, Santa Quitéria, Aracati, Icapuí, Marco, Pacajus, Paracuru, Quixeramobim, Jucás, Jaguaruana, Pereiro, Palhano e Sobral.
As exportações cearenses para os Estados Unidos somaram, no primeiro semestre de 2025, cerca de R$ 2,9 bilhões, sendo que 76% desse total correspondem a produtos semimanufaturados de ferro, aço e ligas metálicas — os mais atingidos pela nova política tarifária americana.
O setor pesqueiro, responsável por itens como peixe, lagosta e camarão, também aparece entre os mais prejudicados, seguido por pás eólicas, cera de carnaúba, castanha de caju, acerola, calçados, água de coco, couros, autopeças e mel de abelha.
MEDIDAS DE APOIO DO GOVERNO DO CEARÁ
Diante do impacto sobre a economia local, o governador Elmano de Freitas anunciou, em agosto, um pacote de medidas emergenciais para proteger os empregos e apoiar as empresas exportadoras. Entre as ações já em vigor estão:
• Auxílio financeiro direto às empresas com perdas nas exportações;
• Compra de produtos locais para abastecer equipamentos e serviços do Governo do Estado;
• Antecipação de pagamentos de créditos tributários;
• Ampliação de incentivos fiscais para os setores mais afetados.
O Governo do Ceará também criou um Comitê Estratégico de Acompanhamento, responsável por monitorar a aplicação das medidas e propor novos ajustes conforme a evolução do cenário internacional.
O secretário da Casa Civil, Chagas Vieira, foi um dos principais articuladores da criação do comitê, que trabalha para manter a competitividade das empresas cearenses e preservar postos de trabalho em todo o estado.